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Governança ética: auditoria interna e comitês de auditoria

Societário

21 de setembro de 2023

Este último texto da nossa série sobre governança corporativa ética destaca a importância da conexão entre as funções de auditoria interna e os comitês de auditoria, destacando o papel crucial de ambos na manutenção da transparência e integridade nas organizações. Eventos recentes, exemplificados pela investigação da B3 na Americanas, enfatizam a necessidade crítica de um relacionamento robusto e transparente entre esses dois organismos.

Um pilar essencial da governança corporativa é estabelecer uma linha de reporte sem ambiguidades, diretamente da função de auditoria interna para o comitê de auditoria. Esse canal direto garante que as descobertas e recomendações fluam sem impedimentos entre os dois órgãos, preservando ambos de eventuais influências da gestão.

As funções de auditoria interna atuam como guardiãs independentes da integridade de uma organização. Elas avaliam minuciosamente as operações da empresa, examinam relatórios financeiros e asseguram conformidade com mandatos legais. Além disso, auditores internos identificam riscos potenciais, avaliam mecanismos de controle e encaminham suas descobertas diretamente ao comitê de auditoria e, por consequência, para o conselho de administração.

Comitês de auditoria assumem a responsabilidade de supervisionar e orientar as funções de auditoria interna. Suas responsabilidades incluem a análise de planos de auditoria, avaliação da adequação de recursos e avaliação da eficácia do processo de auditoria interna. Além da supervisão, os comitês de auditoria garantem que as descobertas da auditoria interna recebam a devida consideração e ação corretiva.

Para fortalecer a parceria entre a auditoria interna e os comitês de auditoria, as organizações podem adotar as seguintes estratégias, levando em consideração seus papéis exclusivos:

1. Diálogos Regulares: Iniciar interações periódicas entre auditores internos e membros do comitê de auditoria para facilitar a discussão de planos de auditoria, descobertas e recomendações.

2. Contatos Transparentes: Estabelecer canais de comunicação abertos e transparentes que permitam aos auditores internos reportar diretamente ao comitê de auditoria, protegidos de influências gerenciais.

3. Garantia de Recursos: Comitês de auditoria devem assegurar que as funções de auditoria interna possuam os recursos e expertise necessários para cumprir efetivamente seus mandatos.

4. Educação Contínua: Enriquecer a base de conhecimento tanto de auditores internos quanto de membros do comitê de auditoria por meio de educação contínua sobre as melhores práticas de governança. Esse aprendizado constante promove uma cultura de cooperação alinhada com os padrões de governança em evolução.

A interdependência entre as funções de auditoria interna e os comitês de auditoria forma a base da governança corporativa ética. Ao aderir a essas melhores práticas e buscar aconselhamento jurídico quando necessário, as empresas podem criar um quadro de governança que garante transparência, responsabilidade e retidão ética em suas operações. 

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