O papel dos comitês de auditoria na governança ética
19 de setembro de 2023
Em nossa série de textos a respeito da importância da governança corporativa ética, examinaremos agora o papel fundamental desempenhado pelos comitês de auditoria. Eventos recentes, como a investigação da B3 sobre a Americanas, destacam a necessidade de comitês de auditoria robustos para garantir transparência e integridade nas organizações.
Os comitês de auditoria são peça-chave de uma governança corporativa sólida. Usualmente compostos por membros do conselho de administração e coordenados por conselheiros independentes, esse órgão atua como um importante controle e equilíbrio dentro das organizações, supervisionando relatórios financeiros, controles internos e gestão de riscos.
Uma das principais responsabilidades de um comitê de auditoria é aumentar a transparência e a responsabilidade das empresas. Ao examinar as demonstrações financeiras e garantir conformidade com as normas, esses comitês ajudam a construir confiança entre as partes interessadas.
As funções de auditoria interna são instrumentais na identificação de riscos operacionais e financeiros. Comitês de auditoria eficazes colaboram de perto com auditores internos para identificar problemas potenciais antes que se agravem.
Os comitês de auditoria também contribuem para uma gestão proativa de riscos. Eles auxiliam na identificação, avaliação e mitigação de riscos, fazendo as perguntas difíceis internamente antes que agentes externos façam isso, bem como monitorando as respostas da organização para garantir que ela esteja preparada para navegar em águas incertas.
O caso da Americanas revela como eventuais deficiências nos comitês de auditoria podem levar a consequências graves. Supervisão ineficaz e comunicação insuficiente podem permitir que problemas se agravem.
Para aprimorar a governança ética e evitar situações semelhantes, as empresas podem se beneficiar da experiência de assessores especializados:
1. Avaliações do Comitê de Auditoria: Garantir que o comitê de auditoria esteja funcionando de maneira eficaz é essencial. Especialistas externos podem conduzir avaliações independentes para identificar pontos fracos e recomendar melhorias.
2. Estruturas de Governança: Desenvolver e aperfeiçoar estruturas de governança pode ajudar as organizações a se alinharem com as melhores práticas e manter o nível de transparência adequado.
3. Treinamento e Educação: Fornecer educação contínua aos membros do comitê de auditoria é vital. Assessores externos podem colaborar com gestores internos para organizar sessões de treinamento para manter os membros do comitê atualizados sobre normas e riscos emergentes.
4. Gestão de Crises: Em casos de crises de governança, contar com especialistas experientes na gestão dessas situações pode ser inestimável. Esses assessores externos podem trazer uma visão complementar ao conhecimento dos gestores e orientar as organizações durante períodos desafiadores, mitigando danos à reputação.
Comitês de auditoria eficazes são os guardiões da governança ética. Em nosso próximo artigo, aprofundaremos a importância da independência dos conselheiros na governança ética.